sábado, 19 de março de 2011

Dualidade

O mundo é dicotômico.

Só existe o masoquista com as mãos do sádico,
Só existe o desgosto com as mãos do carrasco.

Age, reage,
Reflete.

O sofrimento que mais se sofre é aquele que te causo

domingo, 13 de março de 2011

Livros e Música

Não gosto do Carnaval. Nunca gostei.
Não gosto de Axé, apesar de já ter dançado a seu som. Não gosto de aglomerações, apesar de por vezes querer frequentá-las. Não gosto de assistir o desfile das escolas de samba na tv, apesar de querer um dia assistir ao vivo. Mas principalmente não gosto da hipocrisia do carnaval, os 5 dias da festa da carne onde tudo é permitido sobrando 360 dias de falso moralismo, apesar deste não ser o tema desta postagem.

Meu plano era viajar, não deu certo.
Meu plano então era montar um plano e ir para casa.
Não queria (como não quis e no momento em que escrevo não quero) "pular carnaval". Precisava (precisei e no momento não se se preciso) me desligar do mundo.

Viajando ou não, o plano era relaxar. Mas como adaptar minah necessidade ao novo roteiro para o feriado?

Recebi sugestões de alguns amigos amigos, e alguns não tão amigos, nem todas para especificamente o carnaval, mas as duas principais são aqui transcritas.
Para fugir do Axé, fones de ouvido.
Para fugir dos problemas, ler Stephen King.


Interlúdio - Minha casa
Aos que já visitaram minha casa, a casa que passei minha infância, a casa que ainda não deixei partindo para aquela que efetivamente será minha, a estes que relembrem e aos outros que imaginem, que mesmo sendo localizada em uma rua tranquila. São dois pavimentos, meu quarto o único do segundo andar, de frente para a rua. O som das festas na cidade pode ser ouvido de alguns pontos da casa claramente. Os comodos abençoados (?) com esta acustica são os banheiros e meu quarto.


Tinha obstáculos. Meu celular que no momento é meu único tocador de MP3 estava sem cartão de memória. Sobrava o velho Discman, que por mais brega que pareça é esse o nome na tampa. Mas ouvir o que na era digital, onde arrumar cds de meu agrado no sábado a noite? Fui aos cds de coleções de jornais e revistas que meu pai tinha. Escolhi música clássica. Alguns ainda em embalagens plásticas, ninguém nem toca naqueles cds. Nunca tive o hábito de ouvir música clássica, conheço um pouco de Dvorak, Richard Wagner ou ainda Bethovem.

Escolhi Wolfgang Amadeu Mozart, Frédéric Chopin e Nikolay Rimsky-Korsakov.

E assim passei minhas madrugadas carnavalescas. Não li Stephen King. Terminei de ler "O Restarante no final do universo" de Douglas Adams e comecei e terminei "A estrada da noite" de Joe Hill, que descobri depois ser filho de King.

Tudo isso apenas para dizer que, na segunda-feira de carnaval, fugindo do som de fora, escutando o terceiro cd, Korsakov no caso, e em companhia apenas de meu livro percebi que estava feliz. E ri de mim mesmo e da simplicidade daquilo. Enquanto muitos, se não a maioria, procurava se divertir embalados a outras canções e empenhados em outras ações, eu estava ali, feliz.

Feliz por estar fazendo algo que se mostrou muito prazeroso. Algo que isto foi o máximo que tento explicar. Vi que não preciso fazer o que a esmagadora maioria fazia pra ser feliz, e mesmo que por aquele instante, me senti feliz.

Vi que, mesmo com improvisos em meu plano, sabendo que aquela era a melhor situação possíel, que estava com as melhores companhias disponíveis, podia desfrutar e muito delas.

A intenção é apenas o relato. Não é receita de felicidade ou afirmação de que serei feliz daqui em diante. Não. Queria apenas descrever o ocorrido e os eventos que levaram à ele.

Continuarei lendo meus livros.
Quanto à música clássica, foi ótima naquele momento, talvez continue ouvindo-a, talvez ouça outra coisa, isso não posso precisar. A ouvirei novamente quando tiver vontade.