domingo, 11 de abril de 2010

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Na minha casa, no meu quarto. A minha casa de verdade, o quarto que por tantos anos dormi todos os dias. É estranho estar aqui neste momento. Não, não me é estranho pela falta de costume, tampouco por ficar a muito tempo sem vir aqui. Mas por mim. Eu me sinto diferente. Aqui sempre foi meu refúgio. Mas de quem eu me escondia? As vezes acho que de mim. Não tenho mais conseguido fugir.

Parece que está faltando alguma coisa. Talvez por que meus gatos não vieram comigo. Talvez por que não temos mais nenhum animal aqui. E é incrível como estes pequenos peludos nos fazem falta. Mas pensar nisto só me faz pensar que eles seriam uma compensação, para algo maior que está faltando.

Por que pensar? Por que se torturar? Como escrever o porque certo em cada frase. Dúvidas que talvez eu nunca tenha a resposta. Ou nunca aprenda. Propor soluções, seria uma boa coisa. Mas ainda não vislumbro nenhuma. Ao menos nenhuma que possa aqui ser descrita.

Queria as vezes ser uma vaca, de preferência uma de presépio, e não pensar. Ao menos espero que as vacas não pensem, e não passem por "problemas" parecidos.

Este blog tem parecido o muro das lamentações, o que na verdade não é o intuito. Mas o objetivo geral passar por expor meus sentimentos, que são estes no momento. Estou hoje em uma fase meio outting da fossa. Depois dos acontecimentos que me fizeram até escrever um poema, estou amortecendo, pra logo não mais sentir. Meu medo aí, é somente reforçar meus muros, o que me remete ao meu novo poema. Sua inspiração veio ao andar de ônibus, vindo para casa, olhando a paisagem.

Concha

Estou feliz em minha concha.

Minha concha me protege,
minha concha me mantém aquecido,
minha concha me deixa seguro.

Estou infeliz em minha concha.

Minha concha segrega,
minha concha exclui,
minha concha repeli.

Quero abrir minha concha,
me deixar ser tocado,
e forjar uma pérola.


Bom, ficou mais depressivo do que imaginei. Mas, como a inspiração já estava presente, preferi escrever assim mesmo. É sempre um bom exercício, colocar "no papel" o que me vem à mente. Meus sentimentos no momento não são de tristeza. Não estou alegre, é fato. Mas me sinto tranqüilo. Chega de reflexões por hoje, tentar decifrar o que eu sinto.

Acho que ao deitar, olhar o teto, que me é um teto familiar, e me aquecer voltarei ao meu normal.

2 comentários:

Pink Frog disse...

Bozo, dessa vez eu rí.

Meu nome é Legião, pois somos muitos. (São Marcos 5, 9) disse...

Não se lamente por lamentar-se aqui. Este blog é o que você faz dele. Quem o lê é teu amigo, te entende e pode, secretamente ou não, estar passando pelas mesmas dúvidas e questionamentos que você.

Abrindo-se você abre ao debate. Expondo-se você enfraquece o lado da bolha que resiste em ceder.

Achei bonitinho teu poema, quase infantil... Tu poderia desenvolvê-lo, sem perder-se no meio, que ficaria bem bom.